Oto - Missão Rank C - Chrollo, Loki e Sayuri

er sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer. Pois é, minha sanha por tolos homens se enquadrava muito bem no discurso.
E para cada ação há uma reação. Lidar  com aquilo era física pura, mesmo que a raiva não tivesse nenhuma explicação quântica. Apenas devia lidar.
- Me matar? E de todas as coisas que você já quis fazer comigo, alguma delas foi me matar?
Ira era visível no meu relevo que se agitava constante e abruptamente, como se a qualquer momento fosse pressionar a garganta deste com apenas uma de minhas mãos, até que sua cabeça se desconectasse do osso hioide e pingasse no chão. Mas calma garota. Chrollo, talvez, fosse daqueles que conjeturavam na falsa assimetria de sexos, ou até talvez, estivesse interessado em minha beleza particularmente fuzilante.
"Sem chances de eu dar trela alguém tão repulsivo."
Meus nervos nunca estiveram tão inchados e meu corpo nunca esteve tão incitado com algo como aquilo. Uma bomba estava prestes a explodir na boca do meu estômago de tanta repúdio que havia na momento. Mas o conviniente ainda era manter-me em discrição. Estávamos em missão e eu não queria dar brechas de que seria um obstáculo para com o sucesso dela. Pus-me a vagar em meio aos dois garotos, enquanto a sensei anteriormente à nos descortinava o caminho a se seguir. Não digo que estava na posição por protagonismo, apenas desejava incitar desconforto aquele que anteriormente me proporcionou o mesmo.
Um olho no peixe e o outro na faca. Lá estava eu. Não podia deixar-me apreciada por aqueles que a pouco tempo tornariam-se parte do meu currículo como gennin, em conta de ações surpresas subsequentes da nossa façanha, todavia, não me continh em analisar seus comportamentos enquanto ruavamos. Era muito improvável eu conseguir algum laço ali, um, mais parecia uma nova espécime de laboratório, outro, pouco demonstrava aberturas para um conflito amigável. Homens, sem dúvida são tolos.

Dadas as atitudes de Pikoku e os murmúrios subsquentes ao seu sumiço, meus pensamentos se tornaram desconexos, pois, naquele momento, nada estava se organizando devidamente. Todas as minhas barreiras levantaram-se internamente. O olhar beirando a desolação tornou-se firme. Contudo, bastou o discurso da criatura se propagar para eu alternar entre repulsa e admiração. Quando as ouvi, foi como se tomasse três socos violentos no estômago. Chrollo detinha muitas particularidades que me despertavam fúria mas era inegável a sua capacidade de agir rápida e decisivamente diante de situações como as de agora, que eu, compreendia ser ainda inapta.
Minha figura conspícua, repontava num desdobramento ágil na rédea do garoto para então nos estruturarmos na formação Manji. Ali, não tardou segundos para sacar uma kunai e transpor-me em estado de vigilância.

Armas utilizadas: